O isolamento social não precisa ser abandonado e pode ser conciliado com a preservação da atividade econômica, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes em videoconferência com investidores, ele se disse otimista com a recuperação da produção e do consumo e ressaltou que não faltará dinheiro para a saúde durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Em entrevista à BBC News Brasil, a secretária-executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alicia Bárcena, afirmou que as mulheres e os novos pobres serão os mais prejudicados pelos efeitos econômicos e sociais da pandemia do novo coronavírus.
Bárcena repassou as novas projeções econômicas da Cepal para a América Latina, com uma queda de 5,3% do PIB da região, que é a pior da sua história desde a Grande Depressão na década de 1920.
A queda empurrará quase 30 milhões para a pobreza na região, incluindo aqueles que tinham saído da pobreza na época do boom das commodities, até 2014.
Os dados da instituição ligada às Nações Unidas (ONU) foram feitos a partir da previsão de queda de 3,8% do PIB dos Estados Unidos, a maior economia do mundo.
Segundo o ministro Paulo Guedes, as medidas de preservação do emprego e de auxílio às camadas mais vulneráveis da população ajudarão a manter os pontos vitais da economia de forma a tornar possível a saída da crise da melhor forma possível.
O ministro assegurou que não faltará dinheiro para a saúde enquanto durar a pandemia. Em relação à recuperação econômica, Guedes afirmou que o governo terá de acelerar as reformas estruturais para criar um ambiente mais favorável ao investimento privado.
A velocidade de escape desse buraco negro dependerá do prosseguimento das reformas. Se não acelerar com as reformas estruturantes, não teremos apenas um ano de pesadelo, declarou Guedes.
Na avaliação de Guedes, um dos sinais de que a recuperação econômica é viável está na manutenção das exportações para a China, nosso maior parceiro comercial e principal destino dos produtos brasileiros. Não sabia que seria uma pandemia, mas vale observar que até o momento não há queda nas exportações, disse.
A complexidade do retorno à normalidade econômica vem do fato de que nem todo o consumo se recuperará da mesma forma, algumas despesas aumentaram durante o confinamento, outras foram adiadas e tendem a demorar para voltar a patamares anteriores. Mas um fator de agravo a recuperação é que num primeiro momento ninguém encherá o tanque três vezes ou cortará o cabelo três vezes seguidas por todas as vezes que não pôde fazer isso nesse período de isolamento. é certo que economia retornará à vida depois da crise do coronavírus em ritmos diferentes em se tratando de estados, municípios ou setores produtivos.